segunda-feira, agosto 30

Já pensou em ESTUDAR uma história?

Na minha busca por capacitação, fiz a oficina “Arte de Contar Histórias”, com a Paula Negrão. A proposta inicial da oficina foi mostrar que o contador pode fazer a sua narrativa sem apoio do livro. Contar histórias ainda é difícil para mim com livro, imagina sem ele?

Você se lembra que fiquei pensando em qual livro escolher para levar pro hospital? Caso não, clica aqui. Foram exatamente este pontos que a Paula levantou na oficina. Ela falou da importância de estudarmos a história para conhecermos bem seu conteúdo. Porque assim, a história sai naturalmente. Ela fez um roteiro mais ou menos assim, segundo indicação do livro da Regina Machado*
1-    Escolha histórias que você goste de ouvir e contar. (Este eu aprendi direitinho!)
2-    Comece com histórias curtas.
3-    Leia várias vezes a história para ter certeza que você a conhece bem.
4-    Com o um caderno de estudo, identifique personagens, cenários, conflitos, desfecho, onde se passa a história.
5-    Use os cincos sentidos na história: olfato, audição, visão, paladar e tato.
6-    Identifique no conto, onde você pode fazer uma entonação melhor, brincar com as palavras. Mude a voz, se possível. Fazendo com que a criança se transporte para aquele ambiente.
7-    Leia muitos contos. A leitura te dará material para te ajudar na construção da tua história.
8-    Imagine, crie seu próprio ambiente. Usando a sua experiência, a história ficará mais significativa.
 

Pensando em tudo isso, lá fui eu sentar e estudar a história. Escolhi CINDERELA. Segui o fluxo proposto pela Paula: Onde(cenário) -> Três dificuldades (normalmente os contos tem) -> Desfecho -> Emoção do personagem principal.  

Simples não é? Não para quem nunca fez! Confesso que nunca pensei que fosse necessário fazer um fluxograma, com todas estas etapas, para contar história. Que dificuldade!

Foi um tal de faz, não tá bom, apaga, faz de novo. Ufa! Saiu. Poucas linhas, poucas palavras, mas me senti uma vitoriosa. Tinha minha CINDERELA em tópicos.

Depois que fiz meu fluxo entendi uma comparação da Regina Machado no seu livro. Ela compara a história a um trem. Cada vagão é importante na história. Se um vagão for retirado, o trem pode sair dos trilhos. É preciso identificar cada vagão. Este estudo da história além de um exercício de compreensão inicial do conto, é também um exercício de memorização.

Ah, no tópico 5 do fluxo descrito acima, tem assim:
"Use os cincos sentidos na história: olfato, audição, visão, paladar e tato."

Ficou pensando em como fazer isso? Para exemplificar a Paula fez uma dinâmica divertidíssima. Como ela mesma me contou, ela aprendeu essa dinâmica com Luciano Pontes de Pernambuco, quando ele ministrou uma oficina no Simpósio Internacional de Contadores de Histórias no Rio de Janeiro.

Então, ela pediu para tirarmos os nossos sapatos e deixarmos no meio da sala. 



Cada um pegaria um par que não fosse o seu. Depois de contar a história do sapato, tentar descobrir quem era o seu dono. Pegar o seu não tem graça nesta brincadeira. 

Quer brincar comigo? Olha o teu sapato e pensa agora.
Por onde ele andou? Característica marcante dele? Tipo de sapato (bota, tênis, sandália)? Cor? Novo ou usado? Usa em que ocasião? Coloca a tua cuca pra funcionar! Solta a imaginação!

Eu te digo somente uma coisa: nunca mais olhei para um sapato da mesma forma! Eu escolhi um tênis e disse que ele era igual ao Toddynho: meu companheiro de aventura. E ainda descobri quem era a dona dele!

E você, o que pensou? Conta tua história para mim. Quero muito saber de você.

Até a próxima!

Elaine Cunha


*Acordais- Fundamentos Teórico-Poéticos da Arte de Contar Histórias
Autor: Regina Machado
Editora: Difusão Cultural do Livro
ISBN: 8573389699


2 comentários:

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Abraços!
Elaine Cunha